terça-feira, 2 de março de 2010

2.1- Enfermaria

Acordei desorientado e assustado, vendo tudo branco e embaçado, quando me deparo com a enfermeira do colegio, a doce e delicada Dra Joy. A primeira coisa que me lembro de ter visto foram aqueles olhos escuros e seus longos e encaracolados cabelos cor de ouro, os quais que cheiravam tão bem que me despertaram.

-Enfermeira? –Disse eu sem ter a certeza do que vira.

-Oi Lu. Não se afobe nem levante, você teve uma queda feia da escada é bom ficar em repouso mais uns minutos. –Disse a enfermeira com sua voz graciosa e doce.

Fui me levantando aos poucos e acabei sentado na maca, passei a mão na cabeça e percebi que havia vestígios de sangue.

-Perdi quantos horários? –Disse eu ainda recuperando a consciência

-Um, e falta pouco para terminar o segundo, por isso quero que o senhorzinho espere aqui ate que ele termine, e que você volte no inicio do terceiro.

-Ok enfermeira. Imediatamente, desci os dois degraus da escadinha e peguei minha mochila, a abrir com pressa e fui ver qual era o terceiro horários, temendo ser Matemática. Meu temor tornou-se verdade, aula de Matemática. Arrumei meu material e me despedi da enfermeira.

-Ate logo. –Disse sorrindo, com a voz calma.

-Ate, se cuide. –Sorriu a doce enfermeira.

Abri a porta gélida da enfermaria, olhando pelo vidro, tentando ver se havia mais alguém no pavilhão, já com a porta entre aberta, a enfermeira me perguntou:

-Lucius, o que era aquela mancha nas suas costas? Parecia bem recente. Fiquei meio preocupado com a resposta que daria, pois mentir nunca foi meu forte e além do mais, nem eu mesmo saberia dizer a causa da aparição da tal mancha.

-É de nascença. –Disse meio sem graça e apressado, bati a porta sem esperar resposta da enfermeira, e sai em direção a sala, notei que cada vez que tocavam no assunto, minhas mãos começavam a suar. Escorei na parede do corredor da enfermaria e me agachei, pensando sobre a tal mancha e o que fazer no próximo horário, sem meu querido amigo.

Alguns minutos se passaram e comecei a ouvir passos vindos a minha direção, levantei-me rapidamente e comecei a andar para a sala quando ouvi uns ruídos vindos de uma das salas do fundo, me aproximei da sala com cautela, notando que não havia ninguém por perto, encostei meu ouvido na porta de madeira velha e enrugada, com cheiro bom de mato. Comecei a ouvir vozes estranhas, as quais nunca havia ouvido no colegio, poderia ser de algum visitante, porém qual visitaste gostaria de visitar as salas do fundo, onde muitos diziam que guardavam coisas assombradas, nunca acreditei nessas historias de crianças de bichos assombrados, lobos falantes, porcos que voam, etc. Porém aquelas vozes começaram a me intrigar, a me deixar mais curioso a casa segundo, a querer saber o que havia ali dentro, com minha mão esquerda, totalmente suada, encostei na maçaneta da porta, totalmente enferrujada, em forma de circulo, parecia bem antiga, por ter aqueles trincos de chave grossa que só vemos em filmes, minha curiosidade começou a falar mais auto que minha razão de não abrir a porta. Girei a maçaneta com cautela e com muito medo de ser pego, então notei que a sala estava vazia, havia outras portas e salas dentro da mesma, adentrei na sala escura , iluminada por quatro velas mal postas, onde mal se via o chão nem o teto, dava-se mal para ver as paredes, apenas se via a mesa com a qual as velas estavam em cima, duas cadeiras velhas e mais duas portas de lados opostos. Já dava-se para ouvir melhor a conversa então notei que falavam de uma profecia ou uma seita, não sei ao certo.

-Carlos, eu disse, é ele, eu o encontrei, o garoto da linhagem, é ele não tem como não ser! –Afirmava uma das vozes

-Acalme-se, não temos certeza e o Vladmir não gostaria que levássemos a pessoa errada para ele! -Dizia a outra voz, parecendo contradizer o 1º.

-Vamos Carlos! Tenho certeza, ele tem que saber a verdade de tudo, de toda verdade de sua existência, tem que saber do seu pai! –O homem dizia novamente inquieto.

-Cale-se! –O outro homem foi interrompido pelo sinal do colégio.

-Vamos, você tem aula agora! Corra e não se atrase hoje a noite! –Em um estalo as luzes das velas se apagaram e pavor bateu em mim, será que a curiosidade pode ser tão má? Imediatamente, corri para fora da sala, fechando a porta e correndo para a sala de aula.Vi ao longe que um homem saíra de La, não deu para ver sua aparência, nem porte físico, apenas vi algo saindo da sala, apavorado ainda corri e subi as escadas com muita pressa.

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