quarta-feira, 24 de março de 2010

5º - Aluno novo


Acordei desesperado com o toque do celular, lembrando-me que ainda era terça feira, a semana havia começado a pouco e eu já me via cansado e intrigado com algo, levantei-me e fui tomar meu banho, como de costume. Passando sempre pelo corredor ate o banheiro, o frio intenso da manha ainda me cobria, e a neblina do lado de fora da casa, não deixava que eu visse o que havia do lado de fora. Ao entrar no banheiro e tirar a longa camisa de dormir, notei que a tal mancha ainda estava nas minhas costas, abri o chuveiro e tomei meu banho normalmente.
Após meu banho matinal, fui ate meu quarto pegar minha roupa e ir para o colegio, como sempre, minha mãe me interceptava na saída:
-Lucios! – Disse minha mãe os berros. –Venha tomar café menino, se não você não vai agüentar sua aula de Física hoje!
Droga, aula de física, nunca fui bom nos esportes, e odiava as aulas de física, sempre que as tinha, fugia para a sala dos professores e ficava a prosear com o Henrry, porém onde meu amigo estava agora? Num obituário, para descobrirem quem ou o que o matou.
Voltei ate minha mae q peguei um pedaço de pão gralhado que havia em cima de um dos pratos, coloquei-o na boca e sai correndo, sem ouvir as reclamações de minha mãe por não me alimentar direito.
Passando pela sala escura, ainda com as cortinas fechadas, notei que haviam xícaras em cima da mesa de centro, duas xícaras, será que minha mãe havia recebido vista ontem a noite? E porque ela não livrou-se dos pratos sujos? Sai da sala e fui direto a porta da frente, que se encontrava destrancada, muito estranho, para uma mulher que tinha seus hábitos de sempre trancar a casa inteira. Saí de casa em disparada a escola, atravessei a rua principal sem olhar para os lados e fui andando mais calmamente.
Peguei meu inseparável MP3, que além de velho me servia muito, liguei-o e comecei a ouvir da 1º musica que o tocava, Red Hot Scar Tissue. Ótima musica para ir para a escola, me animaria logo cedo. Porém em alguns minutos de caminhada, passei na frente de uma velha livraria, que continha entre tantos livros na vitrine, um livro preto com paginas amareladas e meio antigo, logo me lembrei do ocorrido na noite anterior. Paralisei na frente do vidro por aproximadamente uns 5 minutos, ate realmente perceber que estava atrasado para a aula, sim o relógio já marcava 06:55, faltava-me 5 minutos para chegar no colegio, porém ainda que corresse levaria 10 minutos. Segurei forte na mochila e comecei a correr para o colégio, quando o 1º sintoma me apareceu, eu corria muito mais rápido que os carros na rua, atravessava ruas com uma agilidade incrível. Em menos de 3 minutos cheguei na rua do colegio, vendo o portão e as pessoas entrando, diminui a velocidade e adentrei o grande portão prateado.
Como sempre, tinha que ver a tal cara de sapo logo de cara, sempre falando com os alunos. Passei mais ao longe sem ser notado, e fui andando distraidamente ate a sala, sem notar o grande movimento na quadra central, subi para o pavilhão de salas e sentei no ultimo degrau, esperando o sinal.
Após alguns minutos, o sinal bate e eu adentro a sala, sem notar tanta bagunça, sentei-me e me aquietei no meu lugar de sempre. A Gio então veio ate mim e sentou na minha mesa, virando-se pra mim e dizendo:
-Bom dia Lu, você já viu o aluno novo? – Disse a Gio com um sorriso no rosto
-Bom dia Gio!-Sorri. –Aluno novo? Quem? –Perguntei sem saber do assunto
-Ali, o Sam. –Apontou a Gio para um garoto baixo, com cabelos negros, olhos claros e pele pálida, o garoto parecia ter um porte atlético, porém sua longa camisa preta o disfarçava. Senti um cheiro peculiar e diferente quando o vi. Meu nariz começou a coçar sem parar ate que o garoto se aproximou de mim e encostou na parede, olhou nos meus olhos e disse:
-Olá, eu sou o Sammy. –Disse o garoto estendendo a mão para falar comigo.
-Oo..o.. Atchim, Olá, sou o Lucius! –Disse eu já me desculpando pelo espirro em péssima hora.
-Ah, então é você. –Sorriu ele. –Gostei do seu colar!
Sim, de fato eu estava usando o colar do homem que aparecera noite passada La em casa.
-Com tudo, prazer em conhecê-lo. –Disse o Garoto estendendo a mão. Antes de tocá-la a porta da sala se abre e o professor adentra a sala com uma camisa de botão preta e sua calça jeans preta desbotada.
-Sentem-se todos! –Disse o professor, parecia estar irritado, porém seria minha primeira aula com ele e não sei como ele se comportara na aula passada, pois estava na enfermaria.
-Er.. Deixamos as mãe para a próxima. –Disse o garoto retirando-se da minha frente e indo sentar-se mais ao fundo, sem mesmo olhar para o professor.
-Hey, você de costas! –Disse o Edward com um tom arrogante, apontando bruscamente para o garoto.
-Hã? –Virou o rosto lentamente, apenas enxergando o professor com o rabo do olho, e voltando a dar as costas, sem mesmo ter visto o seu rosto.
-Vire-se garoto! –O Edward já parecia estar zangado. Putz, as vezes eu penso como alguém pode chegar 7 horas da manha já nesse estado emocional e ainda para dar aula para um monte de adolescentes.
O garoto continuou andando ate o fundo da sala, sentou-se e virou para o Edward. Ao ver realmente a face do professor o garoto abriu os olhos espantado e chegou para traz com a cadeira, fazendo um barulho infernal. O garoto começou a tremer de onde estava e sua pupila começou a dilatar. Um forte vento vindo do professor atingiu o garoto que se rebateu contra a parede e parou em pé.
-Sabia que vocês não perderiam tempo. Porém não acharia que chegariam antes de nós. –Disse o Sam com um tom amedrontado, porém querendo rebater o Edward.
-Vocês, não sabem mesmo o que fazem, mandando um garoto fazer trabalho de um Homem! Porém estou no meu horário de trabalho e não devo-lhe satisfação de nada nesse momento. Se quiser resolver algo, me procure no final da aula que serei grato em “ajudar”! –Disse o Edward com os olhos voltados ao Sam.
-Hunf, não devo nada a vocês muito menos preciso de sua “ajuda”, porém se acha que sou um simples garoto, devo informar que está enganado seu impuro! Poderia sentir seu cheiro a quilômetros de distancia deste colégio imundo! –Dizia o Sam sentando-se e aconchegando na cadeira antiga.
Naquele momento, tive a certeza que todos estavam se perguntando o que havia acontecido, quando um estouro forte acontece do lado de fora da sala, parecia ser no patio. Todos os alunos levantaram-se em desparada a porta, exeto o Sammy que permanecia sentado, de olho no Edward. Peguei meu material e sai da sala correndo junto com os outros garotos, porém fiquei na porta a espreita dos dois. Queria saber o que se passava naquele momento de dialogo entre os dois.
-Então, começou? –perguntou o Edward.
-Não, ainda é so o começo! Prepare-se seu imundo! –Levantou-se o Sammy, caminhando em direção ao Edward.
-Não vou danificar o colegio por causa de um mero “aluno” insignificante. Se quiser resolver algo, vamos para o pátio. –Disse o Edward, desabotoando a camisa preta e soltando sua bolsa.
-Vamos então! Te espero la?! –O Sammy correu em disparada, passando por mim sem me perceber. Esperei o Edward sair da sala, porém quando olhei ele já não estava e uma das janelas estava aberta. Corri em direção as escadas, onde já não se ouvia a gritaria, parecia que o colegio inteiro havia se calado ou não havia mais ninguém La dentro, exceto nos três. Desci as escadas em disparada, para ver o que iria acontecer no pátio. Ao chegar em baixo, vi que havia algo no meio do pátio, porém com a explosão ainda não identificada, havia muita poeira no ar. Então pude ver um garoto em pé, poderia ser o Sammy? Der repente uma enorme criatura aparece logo a frente do garoto, parecia ter uns dois metros e me era familiar. Será que era aquela besta que havia me “atacado” aquela noite?

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