quinta-feira, 1 de abril de 2010

6º - A escolha. 1ª Parte

A tal besta corria ferozmente para cima do garoto que não se movia, arregalei meus olhos para tentar ver algo, porém não dava para ver quase nada com tanta poeira.

A besta avançou e pulou para cima do garoto, que sumira instantaneamente e aparecera do outro lado da fera, parado em cima de um ferro que ficavam as bandeiras.

-Nunca irá me vencer com tão pouco, e além do mais, um mero Lobisomem nunca ira vencer um Vampiro da família real! –Disse o Sammy, virando vagarosamente para o tal Lobisomem.

Uma voz meio distorcida, parecia um gruído, vinda do lobisomem dizia:

-Vocês vampiros, sempre nos desprezando, porém com quem está...

O lobisomem sumira como num piscar de olhos e aparecia atrás do garoto, com uma das patas a cima, como se fosse o atacar com suas enormes garras afiadas. O garoto ficou perplexo diante a situação. O golpe do lobisomem foi tão certeiro que o Sammy caia no chão todo ensangüentado.

-Ora ora, não é que vocês batem forte. –Disse o Sammy, sentando-se e já se recompondo. Estalou o pescoço para ambos os lados e correu para cima do lobisomem. Com seus braços recuados em forma de V, ao chegar perto da criatura, parou e voltou seus braços contra ele, que voou alguns metros, batendo numa das paredes do local. O lobisomem levantou-se, agachou e correu em direção ao garoto. Sammy então correra como nunca, fazendo varias curvas e adentrando na quadra central, com o lobisomem a sua cola. A poeira já estava mais baixa e eu já poderia enxergar as coisas que estavam acontecendo, quando os dois param e começam a se golpear bruscamente sem notar que estavam sendo feridos, algumas jorradas de sangue eram tão fortes que pegavam em mim, melando minha face, ate mesmo quase a 500m de distancia. Foi quando o Sammy deu um salto para traz e correu mancando, deixando um forte rastro de sangue. Deu um salto que passou do colegio, já sumindo. O lobisomem começou a se destransformar, dando forma ao Professor Edward, que caia ensangüentado no chão. Corri para ajudá-lo, e o vi deitado numa poça de sangue negro e apenas com sua calça bastante rasgada.

-O.. o que você faz aqui? –Disse o Edward com uma voz fraca e seus olhos quase se fechando

-Eu vi tudo professor, e quero saber a verdade. –Porém na hora não liguei para nada e sim para ajudá-lo. Peguei o Edward sobre meus ombros e o arrastei vagarosamente ate a enfermaria, ele tinha ferimentos em todo o corpo, dês das pernas ate no rosto, havia um deles no tórax que não cessava, deixando-me mais preocupado.

-É Lucius, você ia acabar descobrindo mais cedo ou mais tarde. Certamente um deles iria te visitar, como um dos SC. –Disse o Edward, com um sorriso besta na cara.

-SC? E pare de falar professor, precisa guardar suas energias.

-Sim, SC. São os Silver Cross, um grupo de caçadores de vampiros e lobisomens, criado pela igreja católica a centenas de anos. Quer saber de tudo não é Lucius? Quer saber como realmente seu pai foi?

Fiquei perplexo diante as perguntas dele, paralisei na hora que ele disse sobre o meu pai, porém não tinha como não responder a tais perguntas.

-Sim, conte-me tudo!

Então o Edward segurou em meu ombro e ficou de pé na minha frente e disse:

-Não haverá aula amanha graças ao incidente, antes que a policia adentre a SC irá vim inspecionar tudo, vá para casa e amanha as 22:35 vá para a rua String Rain e entre na casa nº 35.

-Ok, estarei la! Percebi um vulto nas minhas costas e virei para vê-lo, ao voltar o Edward não estava mais lá. Voltei para onde estava meu material, peguei-o e sai pelos fundos.

Ao sair do colégio, olhei para o céu e vi alguns rastros negros no céu que rapidamente desapareceram. Será que poderia ser a tal SC? Melhor receber as explicações depois, agora tinha que me importar em me livrar das roupas ensangüentadas. Não havia ninguém naquela rua, totalmente deserta, tirei minha camisa, limpei meu rosto que estava melado de sangue e joguei-a perto do colegio, peguei minha jaqueta e pus, fechando-a ate em cima, aproveitei o clima frio para tirar como desculpa de estar com a tal jaqueta. A camisa era velha mesmo, não iria me importar em perder uma camisa de colegio, ainda mais que eu tina outras e minha mãe não daria falta de algo tão insignificante.

Uma coisa ainda me atormentava, na noite que o Edward apareceu para mim pela primeira vez, eu morri de medo. Da segunda vez que o vi na sala eu desmaiei, e agora? Porque eu fui ajudá-lo já que ele havia me passado tanto medo? Será que ele iria poder me responder isto?

Pensei duas vezes antes de ir pra casa, será que teria paz por alguns instantes la? Podendo refletir e pensar no ocorrido, ou melhor ir numa biblioteca e ler o livro encontrado na escada? Achei a opção dois mais adequada ao caso, tendo uma mínima ajuda com o livro e na conversa com Edward poderia, ou não, está mais a dentro do assunto.

Andei calmamente pela rua deserta e neblinada, em direção a biblioteca, sem deixar de notar alguns rastros de sangue nas paredes das casas. Nas mesmas haviam marcas de garras, certamente o Edward passara por ali.

Ao chegar a porta antiga e encumpinzada da biblioteca deu-me uma vontade de voltar, porém a curiosidade era o meu fraco, e eu tinha certeza que morreria um dia por causa dela. Segurei firmemente a porta, deixando que algumas gotas de suor de minha mão caíssem sobre a mesma. E a empurrei, a porta fazia um gruído quando se abria, ate tocar no pequeno sino que ficava logo a cima da porta, alertando a bibliotecária de que alguém viria. Entrei na biblioteca, soltando a porta que voltava sozinha devido ao aparelho que havia nela, dei cinco passos ate o balcão marrom envernizado e olhei fixamente para a mulher que estava atrás dele. A mulher não era de se jogar fora, muito linda, com olhos cor de mel, cabelos negros e rosto branco, parecia ter uma pele macia. E o seu pescoço, seu pescoço parecia ser tão suculento, comecei a abrir a boca devagar, porém não tirava os olhos do seu pescoço, não sabia o que estava realmente acontecendo comigo, não era eu mesmo, ate que ela disse olhando para mim:

-Bom dia, o que deseja?

-Err.. seu pesco...-Foi quando me toquei do que estava falando –Me desculpe, é gostaria de saber onde posso sentar para ler um livro? –Disse eu com a maior cara sem graça

-Ali perto do bebedouro. –Apontou a mulher com sua mão delicada e suas unhas pintadas de vermelho sangue. Ela possuía um crachá com seu nome “Michele”, bonito nome.

-Obrigado Michele. –Sorri e fui para o lugar apontado. Andei por quase trinta segundos, passando pelas prateleiras lotadas de livros antigos empoeirados. Pequenos feixos de luz passavam pela janela mostrando minúsculos pozinhos que ficavam no ar. Passei pela janela e me encostei no bebedouro que me parecia novo, ao me abaixar para beber água não pude deixar de notar que a tal garota não parava de olhar para mim, sorri como um besta ainda tomando água, fazendo com que eu me molhasse todo. Ela riu, será que poderia ser algo bom? Porém sou muito tímido de ir falar mais algo com ela, sentei-me num dos bancos individuais que havia perto da mesa e coloquei meu livro sobre a mesma, abrindo suas paginas amarelas e respirando fundo, pensando no que poderia vir de agora em diante.

quarta-feira, 24 de março de 2010

5º - Aluno novo


Acordei desesperado com o toque do celular, lembrando-me que ainda era terça feira, a semana havia começado a pouco e eu já me via cansado e intrigado com algo, levantei-me e fui tomar meu banho, como de costume. Passando sempre pelo corredor ate o banheiro, o frio intenso da manha ainda me cobria, e a neblina do lado de fora da casa, não deixava que eu visse o que havia do lado de fora. Ao entrar no banheiro e tirar a longa camisa de dormir, notei que a tal mancha ainda estava nas minhas costas, abri o chuveiro e tomei meu banho normalmente.
Após meu banho matinal, fui ate meu quarto pegar minha roupa e ir para o colegio, como sempre, minha mãe me interceptava na saída:
-Lucios! – Disse minha mãe os berros. –Venha tomar café menino, se não você não vai agüentar sua aula de Física hoje!
Droga, aula de física, nunca fui bom nos esportes, e odiava as aulas de física, sempre que as tinha, fugia para a sala dos professores e ficava a prosear com o Henrry, porém onde meu amigo estava agora? Num obituário, para descobrirem quem ou o que o matou.
Voltei ate minha mae q peguei um pedaço de pão gralhado que havia em cima de um dos pratos, coloquei-o na boca e sai correndo, sem ouvir as reclamações de minha mãe por não me alimentar direito.
Passando pela sala escura, ainda com as cortinas fechadas, notei que haviam xícaras em cima da mesa de centro, duas xícaras, será que minha mãe havia recebido vista ontem a noite? E porque ela não livrou-se dos pratos sujos? Sai da sala e fui direto a porta da frente, que se encontrava destrancada, muito estranho, para uma mulher que tinha seus hábitos de sempre trancar a casa inteira. Saí de casa em disparada a escola, atravessei a rua principal sem olhar para os lados e fui andando mais calmamente.
Peguei meu inseparável MP3, que além de velho me servia muito, liguei-o e comecei a ouvir da 1º musica que o tocava, Red Hot Scar Tissue. Ótima musica para ir para a escola, me animaria logo cedo. Porém em alguns minutos de caminhada, passei na frente de uma velha livraria, que continha entre tantos livros na vitrine, um livro preto com paginas amareladas e meio antigo, logo me lembrei do ocorrido na noite anterior. Paralisei na frente do vidro por aproximadamente uns 5 minutos, ate realmente perceber que estava atrasado para a aula, sim o relógio já marcava 06:55, faltava-me 5 minutos para chegar no colegio, porém ainda que corresse levaria 10 minutos. Segurei forte na mochila e comecei a correr para o colégio, quando o 1º sintoma me apareceu, eu corria muito mais rápido que os carros na rua, atravessava ruas com uma agilidade incrível. Em menos de 3 minutos cheguei na rua do colegio, vendo o portão e as pessoas entrando, diminui a velocidade e adentrei o grande portão prateado.
Como sempre, tinha que ver a tal cara de sapo logo de cara, sempre falando com os alunos. Passei mais ao longe sem ser notado, e fui andando distraidamente ate a sala, sem notar o grande movimento na quadra central, subi para o pavilhão de salas e sentei no ultimo degrau, esperando o sinal.
Após alguns minutos, o sinal bate e eu adentro a sala, sem notar tanta bagunça, sentei-me e me aquietei no meu lugar de sempre. A Gio então veio ate mim e sentou na minha mesa, virando-se pra mim e dizendo:
-Bom dia Lu, você já viu o aluno novo? – Disse a Gio com um sorriso no rosto
-Bom dia Gio!-Sorri. –Aluno novo? Quem? –Perguntei sem saber do assunto
-Ali, o Sam. –Apontou a Gio para um garoto baixo, com cabelos negros, olhos claros e pele pálida, o garoto parecia ter um porte atlético, porém sua longa camisa preta o disfarçava. Senti um cheiro peculiar e diferente quando o vi. Meu nariz começou a coçar sem parar ate que o garoto se aproximou de mim e encostou na parede, olhou nos meus olhos e disse:
-Olá, eu sou o Sammy. –Disse o garoto estendendo a mão para falar comigo.
-Oo..o.. Atchim, Olá, sou o Lucius! –Disse eu já me desculpando pelo espirro em péssima hora.
-Ah, então é você. –Sorriu ele. –Gostei do seu colar!
Sim, de fato eu estava usando o colar do homem que aparecera noite passada La em casa.
-Com tudo, prazer em conhecê-lo. –Disse o Garoto estendendo a mão. Antes de tocá-la a porta da sala se abre e o professor adentra a sala com uma camisa de botão preta e sua calça jeans preta desbotada.
-Sentem-se todos! –Disse o professor, parecia estar irritado, porém seria minha primeira aula com ele e não sei como ele se comportara na aula passada, pois estava na enfermaria.
-Er.. Deixamos as mãe para a próxima. –Disse o garoto retirando-se da minha frente e indo sentar-se mais ao fundo, sem mesmo olhar para o professor.
-Hey, você de costas! –Disse o Edward com um tom arrogante, apontando bruscamente para o garoto.
-Hã? –Virou o rosto lentamente, apenas enxergando o professor com o rabo do olho, e voltando a dar as costas, sem mesmo ter visto o seu rosto.
-Vire-se garoto! –O Edward já parecia estar zangado. Putz, as vezes eu penso como alguém pode chegar 7 horas da manha já nesse estado emocional e ainda para dar aula para um monte de adolescentes.
O garoto continuou andando ate o fundo da sala, sentou-se e virou para o Edward. Ao ver realmente a face do professor o garoto abriu os olhos espantado e chegou para traz com a cadeira, fazendo um barulho infernal. O garoto começou a tremer de onde estava e sua pupila começou a dilatar. Um forte vento vindo do professor atingiu o garoto que se rebateu contra a parede e parou em pé.
-Sabia que vocês não perderiam tempo. Porém não acharia que chegariam antes de nós. –Disse o Sam com um tom amedrontado, porém querendo rebater o Edward.
-Vocês, não sabem mesmo o que fazem, mandando um garoto fazer trabalho de um Homem! Porém estou no meu horário de trabalho e não devo-lhe satisfação de nada nesse momento. Se quiser resolver algo, me procure no final da aula que serei grato em “ajudar”! –Disse o Edward com os olhos voltados ao Sam.
-Hunf, não devo nada a vocês muito menos preciso de sua “ajuda”, porém se acha que sou um simples garoto, devo informar que está enganado seu impuro! Poderia sentir seu cheiro a quilômetros de distancia deste colégio imundo! –Dizia o Sam sentando-se e aconchegando na cadeira antiga.
Naquele momento, tive a certeza que todos estavam se perguntando o que havia acontecido, quando um estouro forte acontece do lado de fora da sala, parecia ser no patio. Todos os alunos levantaram-se em desparada a porta, exeto o Sammy que permanecia sentado, de olho no Edward. Peguei meu material e sai da sala correndo junto com os outros garotos, porém fiquei na porta a espreita dos dois. Queria saber o que se passava naquele momento de dialogo entre os dois.
-Então, começou? –perguntou o Edward.
-Não, ainda é so o começo! Prepare-se seu imundo! –Levantou-se o Sammy, caminhando em direção ao Edward.
-Não vou danificar o colegio por causa de um mero “aluno” insignificante. Se quiser resolver algo, vamos para o pátio. –Disse o Edward, desabotoando a camisa preta e soltando sua bolsa.
-Vamos então! Te espero la?! –O Sammy correu em disparada, passando por mim sem me perceber. Esperei o Edward sair da sala, porém quando olhei ele já não estava e uma das janelas estava aberta. Corri em direção as escadas, onde já não se ouvia a gritaria, parecia que o colegio inteiro havia se calado ou não havia mais ninguém La dentro, exceto nos três. Desci as escadas em disparada, para ver o que iria acontecer no pátio. Ao chegar em baixo, vi que havia algo no meio do pátio, porém com a explosão ainda não identificada, havia muita poeira no ar. Então pude ver um garoto em pé, poderia ser o Sammy? Der repente uma enorme criatura aparece logo a frente do garoto, parecia ter uns dois metros e me era familiar. Será que era aquela besta que havia me “atacado” aquela noite?

terça-feira, 16 de março de 2010

4ª- O Livro

Ao chegar em casa bastante abatido com a trágica notícia da morte do meu amigo, e de como brutalmente ele foi morto, não liguei muito para comida, abri a porta da frente e fui arrastando meus pés ate as escadas, que levavam para meu quarto, a mochila pesada nas costas me fazia ficar pior, ou mais lerdo ainda, passei por toda a casa sem ser notado, subi as escadas vagamente, quando no meio de uma delas, a mais antiga e fora do lugar, ouço ruídos, parecia que a o degrau havia se soltado ou já estava apodrecendo, nem liguei, continuei seguro no corrimão e terminei de subir as escadas circulares. Ao chegar em cima, notei que tudo havia ficado como eu deixei, porta do banheiro aberta e de meu quarto fechada, estranho, minha mãe sempre arrumava o banheiro pela manhã e fechava sua porta, inicialmente percebi que havia algo de diferente acontecendo, o frio de cedo, a morte do Henrry, minha mãe não ter arrumado o banheiro e nem ter me chamado para almoçar. Andei ate a porta do meu quarto que se encontrava fechada, encostei a testa na mesma e derrubei a mochila no chão. Com muita falta de animo, segurei na fechadura e abri a porta, empurrando-a para dentro, adentrei no meu quarto com os olhos fechados, passando por todo o cômodo ate chegar a cama bagunçada de mais cedo, a qual cai e passei alguns minutos ate pegar num sono profundo.

No meu sonho, aparecia uma lua cheia e nuvens passando pela frente , deixando-a coberta, sobre a lua, dava-se para observar uma cruz prateada, a lua com o tempo ia ficando vermelha, um vermelho sangue, parecido com o visto na caixa do Ric, porém mais claro pouca coisa, foi quando consegui me enxergar no sonho, me via parado em cima de uma rocha olhando pra lua aos poucos meus olhos começavam a ficar prateados refletindo a lua vermelha intensamente. Horas se passaram dês que cai na cama e acordei desesperado, me batendo, levantei com pressa e notei que ainda estava com a farda do colegio, olhei pela janela e vi o céu escuro, nuvens cinzas no céu, peguei meu inseparável celular e notei que eram quase 10 da noite, fui andando ate o beco, antes da escada, quando percebi a escuridão em minha casa, desci as escadas uma a uma vagarosamente, sem querer pisar no degrau quebrado, andei ate em baixo, minha mãe por ter o hábito, já deveria está dormindo, pois acorda muito cedo para o trabalho da terça feira. Fui ate a cozinha que se encontrava mais a frente, passei vagarosamente pelas cadeiras e vi através da janela da cozinha a luz da casa dos vizinhos ligada, abri a geladeira e peguei um vazo de leite, coloquei-o sobre a mesa que já estava coberta e peguei um copo na despenca, coloquei leite no copo, sentei-me na bancada e tomei o leite gelado, após uns minutos sentado ali e tomando leite, senti um cheiro forte de vela na parte de cima da casa. Coloquei novamente o vazo de leite dentro da geladeira, golei todo o leite que se encontrava no copo e subi correndo para meu quarto, deixando o copo em cima da mesa, ao subir as escadas em disparada, tropecei novamente no degrau, que se soltou e por sua vez desintegrou-se no ar, fiquei pasmo e o cheiro ainda continuava, porém minha curiosidade bateu forte quando vi um livro preto meio surrado com as paginas amarelas e com símbolos na frente, peguei o livro e corri para meu quarto, ao chegar no mesmo vi velas acesas e um homem encapuzado em pé perto da minha janela.

-Quem é você, e como entrou aqui? –Perguntei , mesmo sem querer saber as respostas. O homem encapuzado, levantou a cabeça, então a luz das velas o iluminou e pude ver pouco do seu rosto, um homem de barba curta com olhos prateados que brilhavam, sua capa preta me deixava cada vez mais tenso, então o homem disse:

-Vejo que você já o encontrou! Leia-o atentamente e decifre cada parágrafo, espere por mim daqui a treze dias aqui mesmo no seu quarto, sua mão não deve saber da nossa conversa nem de mim, está ouvindo? –Fiquei um pouco mais aliviado, pois parecia que ele já iria embora, porem não havia me respondido nada.

-Leia-o e daqui a treze dias tirarei todas suas duvidas, tenho que ir Lucius! –O homem saiu pela janela como se fosse um vulto, apagando com sua saída todas as velas negras que se encontravam no meu quarto. Fiquei paralisado, com o livro na mão olhando para a escuridão do quarto, vendo apenas a janela aberta e as cortinas balançando com a fria brisa que adentrava ao meu quarto. Logo ascendi a luz do quarto, e me dirigi a minha cama, sentei e procurei algo de diferente, logo encontrei um colar, uma espécie de amuleto, meio esverdeado, em forma de lua, uma meia lua esverdeada e a outra meia lua prateada. Peguei o amuleto e fui para o banheiro, ainda sem desgrudar o tal livro, andei pelo corredor ainda muito distraído e aéreo, sem notar que a porta do banheiro estava fechada, fazendo bater de cara com ela, despertei depois da batida com a porta e pude abri-la, adentrei o banheiro, voltei a fechar a porta, trancando-a por dentro, sentei-me no vazo e comecei a pensar comigo. “Quem era ele? O que ele queria? Por que treze dias?Como ele sabe do livro?Como entrou no meu quarto?”. Milhões de outras perguntas se passaram por minha cabeça naquele instante, porém o que mais me incomodava era o meu próprio fedor, de remédio e de sangue, que havia derramado no colegio, tirei minha camisa ainda sentado, pondo o amuleto e o livro em cima da cômoda do banheiro, joguei minha camisa no chão e levantei-me ainda com o banheiro escuro, meti o dedo no interruptor, fazendo a luz demorar alguns instantes e ligar então logo de cara, vi pelo espelho da porta que refletia no espelho que ficava em cima da pia, minhas costas ainda manchadas pela lua negra, notei que estava maior, pouca coisa mais estava. Tirei o resto da minha roupa e entrei na banheira branca, abrindo a água, esperando-a encher com sua água quente fervente.

Após o banho fui para o fator que mais me intrigava, “O que um livro fazia dentro de uma escada, mais precisamente, dentro de um degrau de MINHA casa. E como “ELE” sabia do tal livro?”, milhões de perguntas passaram pela minha cabeça naquele instante e com o passar do tempo,adormeci.

terça-feira, 9 de março de 2010

3º- A aula

Ao chegar a porta da sala, notei que a sala estava meio que barulhenta, certamente sem algum professor ou tutor na sala.Segurei a maçaneta da porta e a empurrei, sentindo o frio vindo da sala, a Gio quando acabara de me ver, vinha correndo do fundo da sala, desviando das mochilas esparramadas no chão, veio ate mim e em abraçou. A sala continuava sem notar minha presença.

-Como você está Lu? O que aconteceu? –Perguntou a Gio ainda ofegante.

-Er.. estou ótimo! Nada, nada de mais, não se preocupe. –Respondi ligeiramente para a Gio. A abracei e me dirigi para meu lugar na sala que ainda não estava vago. Passando pela sala notei que tudo parecia normal, garotos falando sobre futebol e o time que venceu, garotas falando sobre futuros namorados, horóscopo e filmes, e os nerds sentados nas primeiras filas olhando atentamente para o quadro que acabara de ser apagado pelo Fernando. Fernando era um dos meus melhores amigos, super legal comigo, extrovertido, porém não ligava muito para nada, vivia dormindo durante as aulas e perturbando os nerds, ele gostava de ficar sempre na dele, descansando sempre que podia, e se esquecendo dos problemas futuros, algumas garotas o amavam por ser “lindo”, nunca vi nada de mais nele, porém ele sempre ficava bem acompanhado por lindas garotas, amigas, as quais sempre quiseram ficar com ele. Fazer o que? A vida é injusta, em quanto uns tem tudo como ele, eu não tenho nada, porém não tenho raiva dele, eu so o cara mais chato do mundo, não gosto de festas, prefiro ficar em casa, não sou muito vaidoso e vivo com o cabelo despenteado.

-Heeeeeeey cara, fiquei sabendo que você caiu de bêbado na escada, é serio? –Perguntou o Fernando segurando no meu ombro, me puxando para traz.

-Sim, so que não foi de bêbado, me senti mal e desmaiei . –Respondi o Nando, virando-me para ele.

-Psiu! Ta gato hoje hein Lu! –Sorriu o Nando, brincando comigo, saindo de perto e indo falar com as garotas , como sempre fazia toda as manhãs.

-Você ta mais ainda Nandocas! –Sorri e fui para meu lugar.
Virado de costas para o quadro e para a porta de entrada da sala, coloquei minha mochila no chão e comecei a arrumar meu material sobre a mesa, quando percebi que a sala havia se aquietado instantaneamente, todos já estavam sentados e eu não havia notado a presença irritante da Diretora Neona dentro da sala.

-Sente-se seu moleque idioooota!! –Disse a velha quase se babando, batendo em sua mão uma régua de ferro, o que deixava os alunos temerosos diante ela. Me sentei sem responder e abaixei a cabeça temendo ser repreendido com mais algo.

-Este é seu novo professor de Matemática, Sr. Edward Driver! –Disse a velha agora com um tom harmonioso chamando o professor para dentro da sala. Tornei a abaixar a cabeça, sem querer ver o novo professor. Quando adentra a sala aquele homem, alto, magro, pálido, com olhos azuis, barba mal feita e cabelo negro, so que agora, vestido com rouba social bastante Cortez.

-Bom dia a todos, sou o seu novo professor de Matemática, Prof. Edward Driver, mais podem me chamar apenas de Ed ou mesmo de Professor! –Disse o professor com um tom meio engraçado.

Quando o vi, comecei a ficar ainda mais temeroso com o que poderia acontecer comigo, minhas mãos começaram a suar, fiquei pálido, não estava me sentindo bem, quando o professor se aproxima de mim, perguntando:

-Você esta bem?Está acontecendo algo de errado? –Disse ele com a cara mais sínica do mundo. Na hora deu vontade de dizer “Sim tem tudo de errado, quem é você? Porque está me perseguindo? O que foi aquilo ontem? O que você é?”. Porém não era hora nem lugar de falar tantas coisas reveladoras assim. Me acalmei e respondi calmamente:

-Não, está tudo ótimo! –Disse eu segurando minhas mãos para que não as tremesse. Ele se inclinou mais e parou perto do meu ouvido direito, falou baixo no meu ouvido:

-Tem certeza...Filhote? –Sorriu o Edward, levantando-se e me deixando mais apavorado que antes. O que ele é capaz de fazer? Porque está fazendo isso? O que ele é? Milhões de perguntas vieram a minha cabeça naquele momento. Não sei se agüentaria toda aquela trama nas aulas, ainda seis meses de aula aturando um “desconhecido”, algo que não sei o que era. Pra piorar, meu amigo morto.
Esperei ate ele terminar a chamada e começar a dar a aula, no meio da aula comecei a lançar perguntas indiretas para ele, para saber algo da sua vida:

-Professor, de onde você é? –Perguntei

-Sim, ah.. sou da Sibéria. – Responde o professor imediatamente.

-Professor, quantos anos você tem? –Perguntei novamente

-Tenho,... Trinta e dois. Sem querer ser indelicado mas, por favor não me interrompa, Lucius não é? –Respondeu o professor, fazendo-me uma pergunta nada reveladora

-Sim, me desculpe então professor. – Me redimi e deitei sobre a mesa. Tentando anexar alguma coisa que já havia descoberto.

-Lucius de que? Poderia me responder? –Perguntou o professor no meio da explicação

-Lucius Banket.. Lupinus! –Assim que terminei de falar o professor encostou no quadro olhando para mim diretamente.

-O encontrei, o encontrei –Disse o professor em voz baixa, porém como sou ótimo em leitura labial, consegui saber o que ele dizia.

-Professor, posso ir ao banheiro? –Perguntei

-Sim sim, vá! –Disse o professor sem tirar os olhos de mim. Assim que sai da sala, fui atrás do meu 2º professor predileto, Ricardo, professor de Historia. Por sorte o Ric não estava em aula e me atendeu rapidamente.

-Ric, você sabe como o Henrry morreu? –Perguntei com lagrimas nos olhos, porém com uma curiosidade enorme

-Sim, sente-se que vou lhe contar! –Respondeu o Ric dando um gole em um copo com agua e apontando para uma poltrona vermelha, parecia ser nova, pois nunca tinha visto ela na sala dos professores. Sentei-me na poltrona, esperando ouvir a historia.

-O Henrry era muito amigo do seu pai, quando ambos eram jovens. Por isso ele teve uma grande aliança com você. Mais isso não vem ao caso, na noite que o Henrry morreu, ele recebeu uma ligação em seu apartamento, e dizem que horas depois ele foi encontrado morto em cima da cama com as vísceras arrancadas e destroçadas e marcas de garras e presas, também foi encontrado no lugar uma espécie de pelo negro, parecido com o de um cachorro, lobo, algo assim. Você tem que ser forte, sei que vocês dois tinham muito em comum, e se gostavam bastante.

-Muito obrigado! –Agradeci e levantei-me

-Calma! Uma semana antes do acontecido, ele havia me entregue uma chave, e disse para que se algo acontecesse com ele pra entregar pra você. Parecia ate que ele já sabia do que iria acontecer.

–Disse o Ric com a mão em meu ombro.

-Espere so um momento que vou pegar. –Disse o Ric andando para o seu armário, e pegando algo dentro de uma caixa de madeira, a caixa parecia uma caixa de charutos, porém com nomes diferentes e escritos com uma cor escura, um vermelho talvez.

-Pronto, aqui está. –Disse o Ric erguendo a mão e me entregando a chave. Ao pegar a chave em sua mão, notei que havia uns cortes no seu punho, para não ser indelicado, apenas peguei a chave de suas mãos suadas e sai da sala, sem dizer mais nenhuma palavra.

terça-feira, 2 de março de 2010

2.1- Enfermaria

Acordei desorientado e assustado, vendo tudo branco e embaçado, quando me deparo com a enfermeira do colegio, a doce e delicada Dra Joy. A primeira coisa que me lembro de ter visto foram aqueles olhos escuros e seus longos e encaracolados cabelos cor de ouro, os quais que cheiravam tão bem que me despertaram.

-Enfermeira? –Disse eu sem ter a certeza do que vira.

-Oi Lu. Não se afobe nem levante, você teve uma queda feia da escada é bom ficar em repouso mais uns minutos. –Disse a enfermeira com sua voz graciosa e doce.

Fui me levantando aos poucos e acabei sentado na maca, passei a mão na cabeça e percebi que havia vestígios de sangue.

-Perdi quantos horários? –Disse eu ainda recuperando a consciência

-Um, e falta pouco para terminar o segundo, por isso quero que o senhorzinho espere aqui ate que ele termine, e que você volte no inicio do terceiro.

-Ok enfermeira. Imediatamente, desci os dois degraus da escadinha e peguei minha mochila, a abrir com pressa e fui ver qual era o terceiro horários, temendo ser Matemática. Meu temor tornou-se verdade, aula de Matemática. Arrumei meu material e me despedi da enfermeira.

-Ate logo. –Disse sorrindo, com a voz calma.

-Ate, se cuide. –Sorriu a doce enfermeira.

Abri a porta gélida da enfermaria, olhando pelo vidro, tentando ver se havia mais alguém no pavilhão, já com a porta entre aberta, a enfermeira me perguntou:

-Lucius, o que era aquela mancha nas suas costas? Parecia bem recente. Fiquei meio preocupado com a resposta que daria, pois mentir nunca foi meu forte e além do mais, nem eu mesmo saberia dizer a causa da aparição da tal mancha.

-É de nascença. –Disse meio sem graça e apressado, bati a porta sem esperar resposta da enfermeira, e sai em direção a sala, notei que cada vez que tocavam no assunto, minhas mãos começavam a suar. Escorei na parede do corredor da enfermaria e me agachei, pensando sobre a tal mancha e o que fazer no próximo horário, sem meu querido amigo.

Alguns minutos se passaram e comecei a ouvir passos vindos a minha direção, levantei-me rapidamente e comecei a andar para a sala quando ouvi uns ruídos vindos de uma das salas do fundo, me aproximei da sala com cautela, notando que não havia ninguém por perto, encostei meu ouvido na porta de madeira velha e enrugada, com cheiro bom de mato. Comecei a ouvir vozes estranhas, as quais nunca havia ouvido no colegio, poderia ser de algum visitante, porém qual visitaste gostaria de visitar as salas do fundo, onde muitos diziam que guardavam coisas assombradas, nunca acreditei nessas historias de crianças de bichos assombrados, lobos falantes, porcos que voam, etc. Porém aquelas vozes começaram a me intrigar, a me deixar mais curioso a casa segundo, a querer saber o que havia ali dentro, com minha mão esquerda, totalmente suada, encostei na maçaneta da porta, totalmente enferrujada, em forma de circulo, parecia bem antiga, por ter aqueles trincos de chave grossa que só vemos em filmes, minha curiosidade começou a falar mais auto que minha razão de não abrir a porta. Girei a maçaneta com cautela e com muito medo de ser pego, então notei que a sala estava vazia, havia outras portas e salas dentro da mesma, adentrei na sala escura , iluminada por quatro velas mal postas, onde mal se via o chão nem o teto, dava-se mal para ver as paredes, apenas se via a mesa com a qual as velas estavam em cima, duas cadeiras velhas e mais duas portas de lados opostos. Já dava-se para ouvir melhor a conversa então notei que falavam de uma profecia ou uma seita, não sei ao certo.

-Carlos, eu disse, é ele, eu o encontrei, o garoto da linhagem, é ele não tem como não ser! –Afirmava uma das vozes

-Acalme-se, não temos certeza e o Vladmir não gostaria que levássemos a pessoa errada para ele! -Dizia a outra voz, parecendo contradizer o 1º.

-Vamos Carlos! Tenho certeza, ele tem que saber a verdade de tudo, de toda verdade de sua existência, tem que saber do seu pai! –O homem dizia novamente inquieto.

-Cale-se! –O outro homem foi interrompido pelo sinal do colégio.

-Vamos, você tem aula agora! Corra e não se atrase hoje a noite! –Em um estalo as luzes das velas se apagaram e pavor bateu em mim, será que a curiosidade pode ser tão má? Imediatamente, corri para fora da sala, fechando a porta e correndo para a sala de aula.Vi ao longe que um homem saíra de La, não deu para ver sua aparência, nem porte físico, apenas vi algo saindo da sala, apavorado ainda corri e subi as escadas com muita pressa.